5 de abril de 2009

GRITOS DAS TREVAS (Parte 3)






GRITOS DAS TREVAS (3)

(02/06/2003)

Continuamos então nosso roteiro de esclarecimento contra o poder das trevas. O segundo exorcismo, que apresentamos aqui, é certamente para mim um dos mais terríveis e pavorosos. Não só pelo teor das revelações, mas também por se tratar de uma alma que foi condenada, ou seja, alguém que viveu na terra, mais especificamente Judas Iscariotes, o traidor de Jesus. Antes, eu sequer imaginava que também as almas caídas assumissem tal condição, mas vejo agora o quanto isso é importante, porque se trata de alguém que viveu na carne as nossas realidades. Pior, alguém que conviveu com o próprio Jesus, que não era apenas sacerdote, mas sim bispo.



Realmente, é preciso ter uma certa fortaleza interior para conseguir ler estes textos, sem emocionar-se profundamente e sem chorar. Também sem sentir medo, pavor! Mas é preciso que se tenha forças, para isso, para rezarmos mais, e lutarmos, com todas as nossas forças pela nossa Igreja, e para que nenhuma alma caia nos abismos infernais. Sei que salvar a todos é impossível, mas bastaria uma só, que já valeria a pena. Bastaria que apenas um só padre ou bispo, lesse estes textos, que se desse conta do quanto o demônio é mau. Ai a gente teria mais um a alertar contra o poder das trevas.

Antes de começar, seria até bom o leitor fazer uma oração ao Espírito Santo, e rezar o pequeno Exorcismo de São Miguel. Isso será de muita valia!

EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975

Contra: Judas Iscariotes (O Traidor: alma condenada)

J – Se eu a tivesse então escutado!(1) (aponta para cima). Ela estava perto de mim (geme com uma voz horrível). Ela, lá de cima (aponta para cima), mas eu repeli-A.
E – Continua, Judas, diz o que tens a dizer em nome da Santíssima Virgem! Diz a verdade e só a verdade!
J – Eu sou o mais desesperado de todos (geme).

(1) Judas inicia com um triste e pavoroso lamento, pelo fato de haver rejeitado os avisos e os conselhos de Nossa Senhora, que lhe tinha um carinho especial. Mas vejam a maldade dele: Justo porque Nossa senhora o tratava de forma especial, melhor que aos outros, ai mesmo é que ele a odiava. E a Jesus, ele de fato odiava, por achar que Jesus tinha todos os dons, e as qualidades de líder, capaz de ser aquele rei guerreiro que ele imaginava e sonhava. Ele chegou a sugerir que Jesus tomasse a frente de um levante contra Roma, como era seu pensamento. Na verdade, ao que parece, o grande sonho de Judas era ser o tesoureiro do reino. Era ele quem carregava a bolsa das ofertas e pagava as despesas.

DESCIDA DE JESUS AOS INFERNOS

E – Judas, agora tens de ir-te!
J – Não! (geme). É preciso que recitem todos os Mistérios Dolorosos e o Credo. (quando rezávamos) E desceu aos infernos, Judas exclamou: Ele desceu... lá abaixo, Ele foi!
E – Cristo foi ao Limbo? Diz a verdade, em nome (...).
J – Ele desceu até ao inferno e não apenas até ao Limbo, onde as almas esperavam.
E – Por que é que Ele foi ao inferno? Diz a verdade, em nome (...).
J – Para mostrar que também morreu por nós.* isso foi terrível para nós. Ele foi ao reino da morte, mas foi também ao inferno... realmente ao inferno. Foi preciso que Miguel e os Anjos nos encandeassem para impedir que nos precipitássemos sobre Ele (aponta para o alto e resmunga).
Eu não gosto de falar nisto, nem sequer de o ouvir, fui culpado da traição a Cristo. É necessário que canteis: « Vejo-te Jesus, silencioso...» e: «Como me arrependo dos meus pecados.» estas duas estrofes e em seguida uma estrofe do cântico Stabat Mater: « A Mãe de Cristo, de pé, junto a Cruz.» (1)
(As pessoas presentes entoam os cânticos).
J – (Durante os cânticos, solta gritos horríveis de desespero): Se me tivesse arrependido! Se me tivesse arrependido!

* Jesus morreu por todos os homens. É Judas, uma alma condenada, que está a falar e não um demônio, como no caso anterior de Akabor.

(1) É preciso entender que é com extremo e furioso ódio que os demônios se obrigam a revelar estas coisas e também a mandar rezar – por ordem do céu - ou cantar algum canto de Maria. Creio que eles prefeririam estar naquele momento no seu lugar fundo do inferno a serem obrigados a fazer estas revelações. Isso nos mostra, também, o quanto o Céu é poderoso, e o quanto os demônios rastejam!

LUTA CONTRA JUDAS.

E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamos-te, em nome da Santíssima Trindade, que voltes para o inferno!
J – Não..., não quero ir (geme). Estou muito bem nesta mulher. Em grande parte, ela é obrigada a participar do meu desespero. (...). Mas eu não quero.
E – Sai Judas Iscariotes, em nome da Mãe de Deus!
J – Ela (aponta para cima), ainda agora teria piedade de mim, se pudesse. Ela amou-me, ela amou-me! Sabeis o que isso significa? (geme angustiado). Eu sei que Ela me amou (murmura penosamente).
E – Tu não quiseste, tu não lhe obedeceste. Ela queria salvar-te para a eternidade, para o Céu. Ela desejou o melhor para ti. Agora vai-te, em nome de Nossa Senhora de Fátima!
J – Não! (Grita cheio de desespero).
E – Judas Iscariotes, grita o teu nome e vai-te. Vai-te agora, para o inferno, em nome do Salvador Crucificado, que tu traíste, em nome dos seus sofrimentos, em nome da sua Agonia no Jardim das Oliveiras.
J – É preciso recitar três vezes: « Santo, Santo, Santo...».
(As pessoas presentes recitam-no e cantam: Abençoa à Maria!) Enquanto isso, Judas grita com uma voz terrível: «Não!Não!»
E – Nós te ordenamos em nome da Santíssima Trindade (...)!
(Judas, pelas mãos da possessa, arranca a estola do Padre).
J – Não! (com uma voz terrível).
E – Em nome da Santa Padroeira desta mulher, vai-te agora, Judas Iscariotes!
J – Tendes que pôr todas as relíquias «na mesa». Ninguém me obriga a ir-me tão facilmente! Eu sou o ... (solta um gemido terrível) Eu não quero ir-me embora, não quero! Deixai-me; deixai-me (horríveis uivos).
Se eu a tivesse escutado! Isso não serve de nada (grunhe com uma voz cavernosa).

A REALIDADE DO INFERNO

J – Se eu não tivesse perdido a esperança! O inferno é horrível! Se eu não tivesse perdido a esperança! ( solta gritos de desespero, que metem medo). Deixai-me ficar mais uns momentos nesta mulher!
Não quero. Não. Não... (berra com uma voz cheia de ódio)..., mas eles chegarão em breve (refere-se aos espíritos infernais). (os seus gritos prolongados comovem): Não, não!... (geme com voz terrível e emite sons de desespero).
Mas eu não quero, não quero! (berra horrivelmente).
(Com voz arrastada e lastimosa): Não! (O seu grito é horrível e desesperado). Não, não! Eles também não me querem no inferno. (De repente, Judas grita com desespero): Lúcifer socorro! (os Sacerdotes recitam um novo exorcismo e duas ladainhas).
J - Ó espíritos infernais ajudai-me! Ajudai-me para que eu não seja obrigado a ir-me embora! Despacha-te, Akabor! Ajuda-me ... Oh, oh, despachai-vos! (geme queixoso). Lúcifer, tu é que me mandaste, tens portanto que me ajudar! (grita desesperado):
Eles vêm... vão chegar em breve... Sabeis como os temo, sabeis? (refere-se a lúcifer e aos seus ajudantes).
(Nesta altura os Sacerdotes recitam três vezes: «Santo, Santo, Santo...» e o Glória ao Pai. Neste momento, Judas, pela boca da possessa, fala com voz de homem).
J – Não! Oh, oh (geme)... Se nós a pudéssemos matar já! Como gostaríamos de o fazer. Já há muito que decidimos que ela devia ser morta (refere-se à possessa).
Eu... eles aí vêm! Eu... Judas... Iscariotes!... Eu... Judas Iscariotes, tenho que ir, tenho que ir! Tenho que ir... tenho, tenho, tenho!... Eles aí vêm... Eles aí estão! (uiva e grita com uma voz medonha). Estão aqui os espíritos malignos! (chora)... Lúcifer, lúcifer! Vai-te embora lúcifer!... Tenho medo de ti, vai-te embora! (grita com uma voz horrível).
J – Ele vem... ele vem...! Eles aí vem... Eles aí estão... (grita e geme horrivelmente). Tenho que ir! Eles recebem-me!
E – Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo, grita o teu nome e parte!
J – Já o gritei. Eu, Judas Iscariotes, tenho... de ir-me embora. «Judas Iscariotes!» (ouvem-se quinze gritos prolongados, horríveis, capazes de fender a alma)... Não, não, não... Não quero ir embora!

O INFERNO É MAIS HORRÍVEL DO QUE SE PENSA

J – Oh, este desespero! Este desespero horrível! É horrível! Não podeis imaginar como o inferno é cruel. Não fazeis a mínima idéia de como é medonho lá embaixo! Não sabeis como é! (grita e suspira)
Tenho um lugar horrível! Um canto horrível, lá embaixo. Oh ... oh! Dizei a todos que tenho um canto horrível!...
Vivei honestamente! Vivei honestamente!... É pavoroso!... Por amor ao Céu fazei tudo para alcançar o Céu, mesmo que para isso seja preciso ser torturado por instrumentos de suplício durante mil anos (grita).
Escutai, devo dizer ainda isto: se tivésseis que passar mil anos de suplício, agüentai, agüentai! O inferno é terrível, é terrível! Ninguém sabe como o inferno é horrível. É muito mais atroz do que pensais... é medonho!... é pavoroso! (Judas pronuncia todas estas palavras com uma voz que faz tremer, entrecortada, de um desespero indescritível).
Tenho ainda que acrescentar uma coisa, mas prefiriria não o fazer: há tantas pessoas... que já não crêem no inferno... mas... mas... (ameaçador)... ele existe! O inferno existe. É horrível!
Oh... ele existe... o inferno! É medonho! Tenho que me ir em breve, mas tenho que dizer ainda isto (grita e gane como um animal).
O inferno é muito mais medonho do que se pensa... O inferno é muito mais horrível do que se pensa...! O inferno é muito mais horrível do que se pensa...! (os seus gritos são de ensurdecer).
(Grita e geme): Oh!... se eu pudesse ainda voltar atrás... se eu pudesse ainda voltar atrás!... Oh... Oh! (chora dum modo inexprimível).
Oh! Eu não quero ir lá para baixo. Tende piedade...
Deixai-me continuar nesta mulher! (geme): estava bem melhor nela. É que assim ela teria que carregar com grande parte do meu desespero.
Deixai-me ainda ficar nesta mulher... É horrível para mim. Para mim é horrível estar no inferno (geme com voz ofegante).
Oh! Deixai-me ficar ainda nesta mulher! Ela ainda pode agüentar-me (com um imenso desespero). Ela pode muito bem agüentar-me.
Que pensais!... Lá em baixo é muito mais horrível!... Oh! Oh!! (geme). Dizei isto... dizei isto a todos os jovens, a todos os heréticos, absolutamente a todos: o inferno existe.
(a voz é penetrante, capaz de causar calafrios).
Oh! (grita), é «lixadamente» horrível! Se eu tivesse escutado a Santíssima Virgem e não tivesse passado a corda à volta do pescoço! Se tivesse mantido a esperança. Se não a tivesse perdido (fala com uma voz desesperada...) Mas todos dizem isso, todos os condenados dizem o mesmo quando chegam lá abaixo. Mas, então, já é demasiado tarde. Só acreditam quando já é demasiado tarde.
E – Vai-te, em nome da Santíssima Trindade, em nome de todos os Santos Anjos e Arcanjos e do Arcanjo S. Miguel!
J – E Miguel é terrível para nós. Miguel é terrível! (grita com uma voz odiosa).
E – Vai-te, em nome do Santo Cura d’Ars, em nome de todos os Santos exorcistas e em nome da Igreja Católica!
J – (grita): JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! Tenho que partir! (solta rugido terrível).
E – Agora, vai-te Judas Iscariotes, em nome da Santíssima Trindade, volta para o inferno para sempre, volta para a condenação eterna!
J – Eles aí vêm, aí vêm (geme e chora cheio de desespero). Eles aí estão... Adeus, adeus, felizes homens... Felizes! Vou-me embora... porque a isso me obrigam. (chora e lança rugidos de fender a alma).
(ruge desesperado como um leão): Vou! JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! (lança gritos penetrantes, ofegantes, desesperados, de repente, aponta para cima com o dedo, e diz): Ela ainda me concede um curto espaço de tempo. A sua missão (da possessa) ainda não está acabada.





A existência do inferno é um dogma da Igreja definido no IV Concílio de Latrão (1215) e explicado em muitos documentos do Magistério.


E assim, temos a segunda sessão de exorcismo, onde se tentou expulsar definitivamente a Judas Iscariotes daquela alma. Entretanto, será preciso ainda uma nova sessão para se consumar a expulsão definitiva. Neste texto acima, deixamos ainda algumas invocações e comandos dos exorcistas, o que dificulta um pouco a leitura, entretanto, nos próximos, ficará bem melhor de acompanhar.

Como o leitor percebeu, não existe linguagem humana para expressar o que significa o inferno. Seria preciso aliar a dor física, ao esmagamento total e simultâneo da alma, e transformar isso em palavras. O uivo infinito da eternidade, a troar feroz nos ouvidos dos condenados – nunca mais – anunciando que aquele tormento nunca terá fim, deve ser a causa de uma dor indizível. De um sofrimento atroz. Um tormento infinito! Saber que se afastou de Deus livremente, bestamente e por orgulho, que nunca mais se poderá ver a santa face de Deus, é a dor suprema dos condenados. A isso se chamam, trevas eternas. Fugir de Deus, que é Luz, para sempre.

Sim, você sente pena de uma criatura como Judas. Como não ter? Mas vejam: Ele rejeitou todas as chances de conversão, centenas, milhares delas. Ele foi alertado por Jesus, inúmeras vezes – nem tudo está no Evangelho – também os apóstolos tentaram fazer-lhe ver seus erros. Nada disso adiantou, pois ele se obstinou e se fechou de tal forma, que sua alma já vivia em trevas. Mas foi, sobretudo, Nossa Senhora, quem mais lutou por ele.

Falei em sentir pena dos demônios. Saibam que eles não têm nenhuma pena de nós, muito pelo contrário. Eles lutam desesperados, dia e noite, para nos fazer perder a todos. E, verdade, eles têm um grande ódio das pessoas que ficam com dó deles. Na verdade, os malditos – os anjos caídos, é claro – nos acham tão desprezíveis, tão miseráveis, que o fato de criaturas assim sentirem pena deles é como uma ofensa. Na verdade, estas criaturas não devem ser tratadas, com pena, mas com respeitosa distância. Nosso objetivo maior deve ser sempre estar nos braços de Nossa Senhora, no colo de Deus, porque ali estamos em refúgio seguro. Afinal, de nada adiantará ter pena dos caídos, isso não os salvará, porque eles não querem a salvação. Mas, também, ódio, não é coisa dos filhos de Deus.

Na verdade, pelo dom da clarividência, Nossa Senhora sabia que Judas escolheria o inferno, embora tudo o que Ela e Jesus fizeram por ele. Embora o amasse até mais que aos outros. E justo por isso Ela o alertava para os riscos que corria. Vejam, então, o que pode acontecer com uma pessoa teimosa, e tão malignamente obstinada no erro. Já falamos sobre isso. Nós devemos combater tenazmente em nós a teimosia, este maldito desejo de ter sempre a última palavra, de se achar sempre certo e dono da verdade, de ser único, e maior, e mais perfeito, e mais forte, e mais poderoso, e mais santo, mesmo sendo – todos somos – verdadeiros sacos de esterco. Felizmente, mesmo assim Deus nos ama!

De fato, é impressionante que mesmo assim Deus nos ame e nos queira perto de Si. E sabendo disso, também nos impressiona saber que os demônios e as almas caídas, sabendo deste poder de Deus, sabendo o que significa ser amado por Deus, mesmo assim o rejeitem. Talvez o leitor não saiba, mas vou lhes dizer uma coisa que me chocou. Acreditem, mesmo que Judas diga assim: Há se eu pudesse voltar atrás! Ou: Há se Jesus também tivesse morrido por nós! Mesmo assim, se Deus lhes desse a chance de pedirem perdão, ainda por uma última vez, NENHUM dos milhões de espíritos caídos aceitaria pedir perdão. E não se converteriam, nem que Deus pedisse perdão a eles, tamanho é o seu orgulho. Entendem? Eles continuariam sendo apenas demônios pela eternidade!

O inferno é dos teimosos! Judas foi um teimoso do maior quilate. Ele realizou milagres em nome de Jesus, ele curou em nome de Jesus, ele sabia que Jesus não era um rei guerreiro, mas um manso e imaculado Cordeiro, que veio apenas para tirar os pecados do mundo e no livrar da condenação eterna. Justo o que ele escolheu! E por isso se perdeu para sempre.
Judas, nunca mais sairá daquele lugar escuro e odioso.
Sim, porque lá é o lugar dos que odeiam!
Todos os que dizem que o inferno não existe, seguem no mesmo caminho, infelizmente!

Aarão!



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