20 de maio de 2009

Analista diz que um terço dos bancos podem falir em 2009



O analista financeiro Ralph Silva, do Tower Group, disse à CNBC nesta manhã, que espera que pelo menos um terço dos bancos irão falir em 2009, e que milhares podem falir, se não se fundirem.

Silva afirma que apenas cindo ou seis bancos globais têm reservas suficientes para sobreviver confortavelmente em 2009.

“O resto dos bancos, e isto significa milhares de outros bancos, não têm dinheiro suficiente para atravessar 2009”, afirma Silva.

“Em 2009 veremos um terço dos bancos do G8 desaparecer, alguns se verão obrigados a se fundir e outros simplesmente desaparecerão”, disse Silva.

O analista prevê que o governo forçará muitos bancos a se fundirem, citando o exemplo do Bradford and Bingley no Reino Unido, o que só seria possível apenas há alguns bancos que possuem um pouco mais.

Silva adverte que os bancos não terão condições de emprestar dinheiro em 2009, porque estarão mais preocupados simplesmente em sobreviver e pagar seus empregados.

fonte: Prison Planet

Mundo ainda não chegou à metade da crise, avaliam nobéis reunidos por EXAME



A pior crise financeira desde a Grande Depressão de 30 ainda não chegou à sua metade, segundo os três prêmios Nobel reunidos na EXAME Fórum nesta segunda-feira (11/5).



“Se eu tivesse de me expressar em números, diria que passamos por dois quintos da crise”, afirmou o economista Robert Mundell. Já para Joseph Stiglitz, “estamos no fim do começo” da crise. E Edward Prescott condicionou a recuperação ao corte de impostos para o setor produtivo. Contudo, o economista mostra-se cético quanto à possibilidade de o governo de Barack Obama reduzir a carga tributária. “Estou pessimista”, disse.

Para Stiglitz, a trajetória da crise não seguirá o desenho usual dos teóricos, como um “V” ou um “U”, isto é, um momento de forte queda, seguido por uma fase no fundo do poço, e uma retomada rápida. Para o ganhador do Nobel de 2001, o caminho da crise será mais parecido com uma “raiz quadrada de ponta-cabeça”. Para o economista, haverá uma fase de recuperação e, após um pico, um certo recuo, até que o mundo se estabilize em um novo patamar. “É muito difícil ter certeza, mas é possível que continuemos sentido esse mal estar, essa recuperação lenta”, disse.

O desemprego continua crescendo em várias regiões do planeta, o preço dos imóveis ainda não se estabilizou, e os lucros das empresas ainda não voltaram a crescer. Por isso, Mundell avalia que a recuperação ainda vai demorar. E, da mesma forma que os países sentiram o impacto da crise em momentos distintos, a recuperação também virá em fases. Mundell afirma que “os Estados Unidos estão começando a chegar ao fundo do poço, para, daí, iniciar a recuperação”. O mesmo, porém, ainda não ocorre com a Europa. “Não vejo a Europa saindo da recessão agora. Talvez isso ocorra no final do ano, mas não é certeza”, afirma o economista.

Corte de impostos

Para os economistas, o corte de impostos sobre a produção e o lucros seria uma medida necessária para assegurar o retorno do crescimento e dos investimentos. Segundo Mundell, a próxima fase das políticas públicas de combate á crise deveria envolver o corte de impostos. O economista lembrou, por exemplo, que a Alemanha recentemente cortou a alíquota do imposto sobre lucro de 38% para 15%. “Foi um grande passo para a recuperação”, afirmou.

Prescott também condiciona a velocidade da recuperação ao corte dos impostos. “A única coisa que vai levar a economia real a se recuperar é a queda dos impostos”, disse. O economista, porém, mostra-se descentre de que essa medida seja adotada pelo presidente americano, Barack Obama, ou por outros países. “Estou pessimistas”, disse.

Brasil

O Brasil foi tratado pelos economistas como um dos mais preparados para enfrentar a crise. “O Brasil vai se dar bem; os fundamentos estão aqui”, afirmou Prescott. “Fico feliz em saber da posição do Brasil. O país está bem mais preparado para enfrentar a crise”, disse Mundell, acrescentando que visitou o país, pela primeira vez, em 1967.

Já para o ex-ministro da Fazenda, Antonio Delfim Netto, responder quando o Brasil sairá da crise é uma questão de referências. “O que é terminar a crise? Para o Brasil, é voltarmos a sentir algum conforto”, disse. Delfim reforçou o coro dos Nobel presentes ao EXAME Fórum, e destacou a atual resistência do país. O economista argumentou que, ao contrário de eventos passados, esta crise não destruiu o sistema produtivo.

O relatório Focus, do Banco Central, indica que, na média, o mercado espera que o país enfrente uma recessão de 0,30% do PIB neste ano. Para Delfim, se sair da crise significar voltarmos a um patamar de expansão de 3,5% do PIB, a recuperação será rápida. “Isso é coisa para os próximos 12 meses”, disse. Mas, se sair da crise for o mesmo de voltar aos patamares de expansão anteriores à sua eclosão, então “vamos demorar muito”. “Não podemos perder a esperança de voltar àquele patamar, mas temos de lembrar que estamos num mundo em crise”, afirmou.

O EXAME Fórum reuniu pela primeira vez, no Brasil, três Nobel de Economia. O evento discutiu as origens e as saídas para a atual crise econômica mundial. O encontro foi realizado em São Paulo, e contou com a presença de alguns dos mais importantes homens de negócios do Brasil.