27 de fevereiro de 2012

Krugman – Nobel de Economia: salários em Portugal devem baixar até 30 por cento face à Alemanha

  • Krugman – Nobel de Economia: salários em Portugal devem baixar até 30 por cento face à Alemanha
  • Países europeus não querem mais Grécia na zona euro, diz ministro
  • A outra crise europeia
  • Crise financeira pede reforma tributária global
  • Crise econômica se arrasta pela zona do euro
  • Renegociar a dívida é levar Portugal a "bater na parede"
  • Ministro de Merkel defende saída da Grécia do euro
  • Pentágono não permitirá Irã bloquear o Estreito de Ormuz
  • China está se tornando uma ameaça à economia global, afirma relatório do Banco Mundial
  • Krugman – Nobel de Economia: salários em Portugal devem baixar até 30 por cento face à Alemanha

    Posted: 26 Feb 2012 07:34 AM PST

    Rendimentos devem cair até 30 por cento face à Alemanha, defende Nobel de Economia que visita Lisboa segunda-feira
    26 fev 2012
    Paul Krugman vê Portugal como o país mais difuso do euro, duvida que consiga pagar a sua dívida e defende que os salários dos portugueses têm de cair até 30 por cento face à Alemanha, sintetiza a Lusa através dos vários textos escritos pelo Nobel que visita Lisboa esta segunda-feira.
    Na sua coluna no «New York Times», a 23 de maio de 2011, o economista norte-americano escrevia que «é agora claro que a Grécia, Irlanda e Portugal não conseguem e não vão pagar as suas dívidas por inteiro», ou seja, a Europa teria de estar preparada para uma redução destes montantes.
    Um ano antes, a 17 de maio de 2010, Krugman frisava no seu blogue, também no diário nova-iorquino, que «neste momento, os salários na Grécia/Espanha/Portugal/Letónia/Estónia, etc. têm de cair algo como 20 a 30 por cento em relação aos salários na Alemanha».
    No ano passado, o Nobel da Economia de 2008, que vai receber na segunda-feira o doutoramento honoris causa pela Universidade de Lisboa, Universidade Técnica de Lisboa e Universidade Nova de Lisboa, acreditava que Portugal seria a próxima peça a cair no dominó da zona euro.
    «Esperava que não, principalmente ¿ claro ¿ por causa dos portugueses (…), mas também egoisticamente porque é, de longe, o mais difuso dos países periféricos com problemas».
    O que significa que a história portuguesa é «mais difícil de contar do que a da Grécia, Espanha e Irlanda», porque Portugal «não estava assim tão mal em termos orçamentais, mas também não teve um surto de preços imobiliários. Houve muito crédito ao privado, mas não é fácil explicar exatamente porquê».
    «O que é claro, porém, é que, nesta altura, Portugal enfrenta problemas de ajustamento semelhantes aos espanhóis e, possivelmente, piores. Os custos laborais estão desalinhados com o resto da Zona Euro e adequá-los vai necessitar uma desvalorização interna dolorosa, ou seja, deflação», acrescentava Krugman.
    O economista estará bastante familiarizado com a realidade nacional, uma vez que foi em Lisboa que começou a trabalhar em termos de política económica, em 1976.
    Num discurso na Universidade de Princeton, Krugman lembrava as «sábias palavras» do governador do Banco de Portugal na altura, Silva Lopes: «Quando eu tenho seis meses de reservas, eu terei zero reservas», numa referência à quebra de reservas que o banco central enfrentou após o 25 de abril.
    Numa página sobre «incidentes» da sua carreira, Krugman esclarece: «O que aprendi dessa experiência foi o poder de ideias económicas muito simples e, simultaneamente, a inutilidade de teorias que não podem ter conteúdo operacional. Em particular, a minha experiência num país onde era um enorme desafio até decidir se a produção estava a aumentar ou a cair deu-me uma alergia crónica a modelos que dizem que uma política potencialmente útil existe sem darem uma única forma de determinar que política é essa».
    Profundo crítico das medidas de austeridade implementadas pelos governos europeus face à crise da dívida soberana que tem assolado a UE, com o seu começo na Grécia, Krugman alertava, em junho de 2010, para que as mesmas soluções não viessem a ser adotadas nos Estados Unidos: «Pessoal, isto está a ficar feio e os EUA precisam de pensar como se isolarem do masoquismo europeu».
    «É tentador fazer psicanálise aqui e notar que se se fizer de conta de que isto é tudo causado por libertinagem orçamental, o problema parece solucionável com um bocado mais de disciplina, mas se admitirmos que os problemas da zona ótima do euro são a chave da situação, começamos a questionar-nos se a moeda única faz realmente sentido», escrevia Krugman em 2010.
    Crítico da moeda única por falta de condições da União Europeia para a sua aplicação, Paul Krugman não defende a rutura do euro, mas acredita que «a Europa está forçada a viver com a sua criação e precisa de se mexer tão rápido quanto possível para o tipo de integração orçamental e laboral que permitam que se torne funcional»
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Países europeus não querem mais Grécia na zona euro, diz ministro

    Posted: 26 Feb 2012 07:27 AM PST

    País passa por dificuldades financeiras por causa da crise econômica internacional

    | Atualizado em 26.Fev.12
    Vários países da zona euro "já não querem" a Grécia, declarou nesta quarta-feira (15) o ministro das Finanças grego, Evangelos Venizelos, que pretende convencer essas nações de que seu país pode honrar os compromissos financeiros e permanecer no grupo. "É preciso dizer a verdade ao povo grego, há vários países que já não nos querem. E é preciso convencê-los [de que a Grécia pode vencer e permanecer no grupo] pelas próximas gerações", declarou Venizelos antes de uma reunião com o presidente grego, Carolos Papoulias.
    "O país está no fio da navalha", adiantou o ministro, referindo-se às tensas negociações internacionais em curso para a conclusão do novo plano de resgate e do plano de perdão da dívida com os bancos. O ministro disse ainda que as condições impostas pela zona euro a Atenas "estarão preenchidas" até a teleconferência dos ministros das Finanças da zona euro que deve ser realizada durante o dia.
    Entre as condições, Atenas deve encontrar 325 milhões de euros de poupanças suplementares no orçamento para 2012 e os dirigentes dos partidos gregos no poder devem comprometer-se, por escrito, a adotar as reformas depois das eleições antecipadas de abril. A Grécia é um dos países da zona euro que passam por dificuldades financeiras por causa da crise econômica internacional.
    No fim de semana, o parlamento grego votou um plano de austeridade que prevê cortes extras de 325 milhões de euros no Orçamento de 2012. Essa meta será obtida por meio da redução do salário mínimo, dos fundos de pensão, de vagas no setor público, além das privatizações que devem atingir um montante de 19 bilhões de euros.
    As medidas foram uma exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia e do Banco Central Europeu para a liberação de mais recursos. O governo grego depende da ajuda europeia para honrar o pagamento da parcela de 14,5 bilhões de euros que corresponde aos juros da dívida.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    A outra crise europeia

    Posted: 26 Feb 2012 07:20 AM PST

    25/02/2012
    A crise revelou que diversidade não significa tolerância, e que as diferenças nacionais constituem sérios obstáculos para a integração
    *Artigo originalmente publicado na Carta Maior.
    O processo de edificação da União Européia iniciado após o final da Segunda Guerra Mundial, ao lado da construção de uma trama institucional ambiciosa, provocou em várias áreas do conhecimento um interesse eufórico pelos processos de integração. Diante da crise atual, todavia, a Europa deixa de ser protagonista da integração bem sucedida, e amarga o resultado de suas escolhas equivocadas. Fica demonstrado que uma verdadeira união não se sustenta com base em assimetrias e desequilíbrios econômicos mal resolvidos, nem tampouco em identidades artificialmente costuradas.
    Ao contrário, as experiências integracionistas demonstraram que uma verdadeira integração exige a convergência de vários fatores, que não apenas econômicos, mas também políticos e culturais. Diante da UE afogada em uma complexa crise de múltiplas facetas que deverá perdurar por muito tempo, parece que o sonho europeu está se transformando em verdadeiro pesadelo.
    A crise financeira é a mais grave desde os anos trinta, com altas taxas de desemprego, crescimento quase inexistente, falência de bancos e endividamento de vários governos. A crise econômica, por sua vez, é a mais profunda da história da UE, com seu projeto mais ambicioso, o da moeda única comum, gravemente ameaçado.
    A outra crise que afeta a Europa, e talvez a mais profunda, é a de identidade, que está na base de seus problemas econômicos e políticos. Intui-se que a Europa foi construída sem os europeus, já que estes não parecem comungar de uma identidade comum, ancorada em valores partilhados. A crise revelou que diversidade não significa tolerância, e que as diferenças nacionais constituem sérios obstáculos para a integração. Após décadas, preconceitos persistem e os partidos políticos que pregam menos diversidade e mais intolerância ganham espaço.
    Desde o início das turbulências, faz eco o descontentamento da população dos países europeus, uma vez que as medidas de austeridade fiscal adotadas afetam diretamente os cidadãos e suas condições de bem estar social, levando também a uma instabilidade política, decorrente da insatisfação coletiva. As minorias e os imigrantes pagam o preço mais alto. O princípio da livre circulação de pessoas, outra pedra angular da integração européia, está sucumbindo diante da reintrodução dos controles de fronteiras em diversos países.
    No decorrer da chamada Primavera Árabe, muito se debateu na Europa acerca de suas conquistas em relação aos direitos humanos. Entretanto, desde o desencadear da turbulência econômica, parece que outra faceta da crise vem sendo menosprezada, mais silenciosa, mas tão violenta quanto aquela, qual seja, a crise dos direitos humanos. Em seu relatório anual, a ONG Human Rights Watch constatou uma Europa menos democrática em 2011 e um recuo da proteção dos direitos humanos, principalmente com as discriminações, a intolerância em relação às minorias, às migrações e aos asilos. A crise migratória suscitada pelo conflito na Líbia e o êxodo de tunisianos em 2011 revelou uma espécie de Europa-fortaleza quase impenetrável.
    O euro, símbolo da verdadeira integração européia, ao invés de aproximar a UE de seus cidadãos, está condenando milhões de europeus a décadas de miséria, ao mesmo tempo em que o preconceito e a intolerância os estão afastando de um dos mais aclamados valores que deveriam partilhar, aquele da proteção dos direitos humanos.
    *Doutora em Direito Internacional pela USP. Professora do Programa de Mestrado em Direitos Fundamentais e Democracia da UniBrasil. Professora do UniCuritiba.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Crise financeira pede reforma tributária global

    Posted: 26 Feb 2012 07:16 AM PST

    24 de fevereiro de 2012

    A nova fase da crise financeira internacional vai exigir uma espécie de reforma tributária global e abertura de mercados como formas de reduzir o desemprego e estimular a economia. O diagnóstico faz parte do relatório anual "Rumo ao Crescimento", que a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou hoje na Cidade do México, como subsídio para a reunião do G-20.

    O relatório defende a adoção de "reformas tributárias amigáveis ao crescimento" mas "desde que sejam implementadas de uma forma que aumente a arrecadação de impostos". A melhor receita, na avaliação do organismo, seria cobrar mais tributos de propriedades imóveis, consumo e taxas ambientais.

    No caso específico do Brasil, o relatório aponta avanços nas políticas de acesso e melhoria da qualidade da educação, mas ressalta que o País não tomou nenhuma ação para melhorar o sistema de tributos e o mercado financeiro, conforme recomendado pela própria OCDE.

    "A diferença de PIB per capita (do Brasil) com os países da OCDE está diminuindo e os ganhos de comércio exterior resultaram em aumento da renda," analisa o documento. "Entretanto, a diferença permanece grande principalmente por causa da produtividade do trabalho, comparativamente mais fraca, o que, por sua vez, reflete menores taxas de investimento, infraestrutura mais pobre e baixos níveis de educação."

    Crise

    Segundo a organização, as políticas de estabilização econômica e de apoio aos desempregados prevaleceram durante a primeira fase da crise financeira, imediatamente após a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, em setembro de 2008. Passado este aperto inicial, a desconfiança dos mercados sobre a capacidade dos governos de honrar suas dívidas serviu como catalisador de reformas importantes no mundo desenvolvido, que podem ajudar na contenção fiscal, como aposentadorias, bem-estar social e setor público.

    "Na fase mais recente da crise temos visto uma aceleração de reformas mais sensíveis politicamente, desenhadas para elevar o crescimento potencial da economia, recuperar competitividade de preço e restaurar sustentabilidade fiscal em países afetados pela crise da dívida europeia", afirma o texto.

    A OCDE cita "30 anos de experiência" com reformas estruturais, concluindo que os temores de altos custos no curto prazo não se justificam, embora os benefícios demorem alguns anos para serem percebidos. Ou seja, as reformas melhoram o desempenho econômico no médio prazo e não carregam custos imediatos se forem feitas da maneira correta, com fases de transição, por exemplo.

    "Preocupações com possíveis efeitos negativos no curto prazo causados por reformas estruturais parecem exagerados", diz a organização. "Algumas reformas estruturais aparentam estimular o crescimento de forma relativamente rápida, usualmente com poucos custos no curto prazo, se houver algum."
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Crise econômica se arrasta pela zona do euro

    Posted: 26 Feb 2012 07:09 AM PST

    24 de fevereiro de 2012 – Enquanto o feriado de Carnaval era a principal notícia no Brasil, na Europa as atenções estavam voltadas para a Grécia. A crise econômica grega, segundo analistas de mercado, pode se arrastar por toda a zona do euro e atingir ainda mais os países que estão em pé como a Itália, Espanha e respingar ainda mais na sólida Alemanha.
    A cada dia, novas medidas são adotadas para tentar reerguer o país. Nesta sexta-feira, por exemplo, a Grécia lançou oferta oficial para realizar uma troca de bônus estatais, que prevê o perdão de € 107 bilhões de sua dívida nas mãos de bancos e outros investidores privados, informou a Agência de Gestão da Dívida Pública Grega.
    SIGA LENDO AQUI

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Renegociar a dívida é levar Portugal a "bater na parede"

    Posted: 26 Feb 2012 07:03 AM PST

    26/02/12
    O líder do CDS afasta uma eventual renegociação da dívida do País.
    Em declarações aos jornalistas, durante a cerimónia de inauguração da nova sede do CDS na ilha do Faial, Açores, Paulo Portas adiantou que "ou Portugal honra a sua palavra", ou então "fica igual à Grécia".
    No seu entender, "ou Portugal quer ser Portugal, um caso específico, um País que honra a sua palavra", consegue cumprir as metas financeiras a que se propôs e recupera a sua "autonomia", ou pensa em "reestruturar ou renegociar a dívida" e vai "direitinho para a parede, ou dito de maneira mais clara, fica igual à Grécia".
    Para Paulo Portas, "a conversa do não pagamos, reestruturamos e renegociamos", poderá originar situações de "prédios incendiados, carros destruídos, parlamentos cercados, uma sociedade completamente dividida e um país desmotivado", como acontece na Grécia.
    Na sua opinião, os portugueses serão "capazes" de dar a volta a este período de crise e de seguir em frente, cumprindo os seus compromissos.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Ministro de Merkel defende saída da Grécia do euro

    Posted: 26 Feb 2012 06:58 AM PST

    26/02/12
    O ministro do Interior alemão considera que a Grécia conseguiria retomar mais facilmente a sua competitividade fora da zona euro.
    "Não digo excluir a Grécia" da zona euro, mas sim "criar incentivos para uma saída que não possam ser recusados", afirmou ontem Hans-Peter Friedrich, numa entrevista ao semanário Der Spiegel.
    "Fora da União monetária, as hipóteses da Grécia se regenerar e se tornar competitiva serão seguramente maiores do que se ficar na zona euro", continuou o ministro do Interior, que pertence à União Social Cristã, a ala bávara do partido de Angela Merkel.
    A chanceler, que quer manter a Grécia na zona euro, deve contar, na segunda-feira, com o `sim` da maioria dos deputados do Bundestag ao último plano de ajuda à Grécia.
    No início de Janeiro, Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy reiteraram a intenção de manter a Grécia na zona euro desde que Atenas ponha em prática mais reformas e mais cortes orçamentais.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Pentágono não permitirá Irã bloquear o Estreito de Ormuz

    Posted: 25 Feb 2012 01:51 PM PST


    25.02.2012
    Os EUA aumentam seu poder militar no Golfo Pérsico para contrariar quaisquer tentativas do Irã de bloquear o Estreito de Ormuz no caso de um embargo de petróleo contra o país. Os militares norte-americanos notificaram o Congresso de planejar implantar sistemas de detenção e neutralização de minas e alargar a atividade da inteligência, escreveu hoje o jornal Wall Street Journal.
    Estes passos mostram que os militares estão se preparando a um conflito com o Irã, com isso as autoridades da Casa Branca e Ministério de Defesa continuam declarando de uma resolução pacífica do problema.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    China está se tornando uma ameaça à economia global, afirma relatório do Banco Mundial

    Posted: 25 Feb 2012 01:47 PM PST

    23.02.2012
    A China pode provocar uma recessão global, se o governo não lançar reformas profundas para reduzir a participação do Estado na economia. Essa conclusão foi feita no relatório do Banco Mundial China 2030.
    De acordo com especialistas, é necessário reduzir o papel do Estado na e conomia nacional e transformar maiores corporações etaduais em empresas comerciais. O crescimento do PIB na China anualmente foi de 10%, mas este ano é estimado em 8%. A futura redução é inevitável se não houver reforma, diz o Banco Mundial.
    FONTE

    LEIA TAMBÉM: Assuntos Relacionados

    Nenhum comentário: